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27/10/2020

Uma crônica sobre Pedro Gomes

UMA CRÔNICA  SOBRE PEDRO GOMES, MS.

1- OS BANDIDOS PERIGOSOS.
2-O BAILE. A MORTE DO BANDIDO ARRUACEIRO “ZÉ GOMES”
3-AS FESTAS TRADICIONAIS.
4-COLETÂNEAS.

1. OS BANDIDOS MAIS PERIGOSOS
Aqui no Patrimônio de Pedro Gomes, que teve época áurea no garimpo, lá no Piquiri, chegando a ter mais de mil homens trabalhando. Gente de todo lugar e de todo tipo. Eram os garimpeiros vindos do Alto Garça, Alto Araguaia, Cuiabá e até do Jauru.
Por lá, os bandidos mais comentados foram o “Zezão”, o “Antonhão”, o Antonio “Maçarico”, o “Miguelão”, o Zé Gomes e o seu comparsa Doroteu.

2. O BAILE. A MORTE DO BANDIDO ARRUACEIRO ZÉ GOMES
Era um dia muito especial na “currutela”. Ia ter o grande “baile” da festa de São Sebastião. A comunidade toda estava ansiosa para esta festa. Desde cedo, neste dia, o perigoso bandido Zé Gomes dizia que ia acabar com o baile, juntamente com o seu comparsa Doroteu. Eles só andavam juntos.
Dito e feito! Pois à noite, com a festa animada, muita gente e, eis que chega a dupla de arruaceiros, e logo arrumaram encrenca com o Florisbino Goiano. Eles estavam batendo no mesmo, quando o irmão deste chega e dá só um tiro e mata o perigoso bandido.
 Pacífico era o seu nome, bem jovem, talvez o caçula dos irmãos Goiano. No entrevero, Pacífico foi ferido por Doroteu, que foge a seguir. Doroteu foi perseguido e, encontrado na fazenda do Piano, onde foi morto por Modesto Pica-Pau, pai de Florisbino e Pacífico. Esta estória da morte destes perigosos bandidos foi por muito tempo comentada e passaram a compor a narrativa de um tempo de violência na região do garimpo.

3. AS FESTAS MAIS TRADICIONAIS
Na comunidade de Pedro Gomes tinha as festas da família Santana que tem até hoje, muito tradicional, a Festa de São José, no dia 19 de março, e a Festa de São Sebastião, comemorada no mês de janeiro, padroeiro da cidade.

4. COLETÂNEAS

Joaquim Porto, pioneiro aqui no Amarra-Cabelo, como era conhecido a “currutela”, ia de carro de boi até Coxim, levando de três a quatro dias de viagem. Vamos deixar registrado para a história o nome de alguns destes bois. O Pavão, primeiro boi de guia, o Palácio, o Rolete, o Alvorada, o Modelo e o Galeto.

OS ANTIGOS TOCADORES DE SANFONA E PÉ DE BODE aqui na “currutela” eram o Mané Macedo, o Cassianinho, o Isaías, e o Antonio Davi. Na região da Cachoeirinha, eram famosos o Estevão e o Ivo.

CORRIDAS DE CAVALO: tinha o baiano Cilo Joaquim da Silva, casado com Dona Iricina Benevides de Souza, que era coxinense da velha cepa, filha de Antonio Benevides de Souza e de D. Arminda Teodoro de Souza e seus avós maternos eram Martins Cardeal de Souza e de Dona Maria Teodoro de Souza. 
Cilo gostava muito de corrida de cavalos. Ficou famosa a corrida com o seu cavalo Pampa, que era miúdo e muito corredor contra Antônio Anastácio com o cavalo Jaguatirica. Uma grande multidão foi para a cancha naquele dia e as apostas eram muitas e de todo tipo. Cilo apostou 10 alqueires de arroz com o Antonio Anastácio. O Adão, que era peão, apostou 1 litro de manteiga com o maranhense Nicodemus. A corrida era de 200 metros.
O cavalo Jaguatirica ganhou a corrida e Cilo perdeu os 10 alqueires de arroz e o Adão o litro de manteiga, tal situação rendeu-lhe a alcunha Adão Manteira por muitos anos na corrutela.
Os cavalos mais famosos da época eram o Jipe do Lorico Peró, o Carijó do Pereira, o Junta Grossa do Zé Porto e o Namoro do Aprígio.
 
Paulino Mendes Fontoura
Sócio-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul
[email protected]

Autor: Paulino Mendes Fontoura

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