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11/12/2023

Novos associados e reconhecimento Institucional

IHGMS 2023

 

Novos associados e reconhecimento institucional

Marília Leite*

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Fundado em 1978, o IHGMS tem sua história marcada por contínuas ações de estudo e divulgação da história, geografia, arte, estética, meio ambiente e turismo de Mato Grosso do Sul conforme previsto em seu estatuto.

Não foi diferente em 2023. Encerrando o ano, deu posse a três novos integrantes em seu quadro de associados composto por efetivos, correspondentes e eméritos; realizou encontro de confraternização e recebe, no próximo dia 12, terça-feira, a Comenda “Maria da Glória Sá Rosa”, outorgada por indicação do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico de Campo Grande como reconhecimento de seu trabalho na construção da identidade cultural da capital de MS.

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Reforço na equipe

Em clima de confraternização, convidados e associados do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul reuniram-se no dia 23 de novembro para receber três novos integrantes em seu quadro de filiados.

No auditório Acyr Vaz Guimarães (na sede do IHGMS), após a recepção dos convidados, o protocolo simples e acolhedor teve início com as palavras de Maria Christina de Lima Félix Santos saudando os presentes

Prosseguindo, após a exibição do vídeo oficial do IHGMS, a presidente Maria Madalena Dib Mereb Greco fez uso da palavra e formou-se a mesa composta pelos novos associados. Na sequência do Hino Nacional, o vice-presidente do IHGMS, Américo Calheiros saudou os novos associados e apresentou um rápido currículo dos mesmos. Seguindo, deu-se a diplomação e palavras dos novos membros: Rachid Waqued e Sérgio Cruz (associados efetivos); e de Cilene Alves Ferreira de Queiroz (associada correspondente).

Na sequência, os presentes foram brindados com a apresentação do curta-metragem “A mágica da foto lambe-lambe” dirigido pelos associados Marinete Pinheiro e Rachid Waqued.

Com palavras de agradecimento a presidente do IHGMS, Maria Madalena, encerrou a cerimônia.

 

Os novos associados

De reconhecida trajetória em suas áreas de atuação, os três associados empossados acrescentam novos saberes ao time de historiadores, geógrafos, médicos, advogados, jornalistas, cineastas, engenheiros, arquitetos e urbanistas, musicistas, arqueólogos, antropólogo, sociólogo e professores nas diversas áreas do magistério. São eles:

RACHID WAQUED (associado efetivo) – Campo-grandense, é Engenheiro Civil, pós-graduado em Marketing e Comércio Exterior, tendo cursado também História e Artes Visuais. Lecionou a disciplina de Fotografia nos cursos de Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Rádio e TV na UCDB e na UFMS. Na área da Fotografia participou de diversas coletivas e de mais de vinte exposições individuais; tem trabalhos fotográficos publicados em revistas nacionais e internacionais e expostos em vários museus. Exerceu atividades representativas de sua categoria no Conselho Municipal de Cultura e no Conselho Municipal de Turismo. Atualmente se dedica à pesquisa e produção de documentários que resgatam trabalhos pioneiros de pessoas e fatos relacionados ao patrimônio cultural de MS.

SÉRGIO CRUZ (associado efetivo) – Pernambucano, com formação em Ciências Econômicas e Ciência Política, reside em Campo Grande desde 1963. Jornalista, apresentou programas em diversas emissoras de rádio e TV, dirigiu vários jornais, entre eles o diário “Primeira Hora” (1999/2007). Atualmente apresenta programa no rádio e na mídia digital. Foi eleito deputado estadual em 1974, ainda no Mato Grosso uno e após a criação de MS voltou à tribuna estadual como deputado constituinte. Em 1982 elegeu-se deputado federal tendo sido autor do primeiro projeto de criação da Universidade Federal da Grande Dourados. Recebeu várias homenagens e condecorações por suas atividades em prol do desenvolvimento local. É autor de diversos livros, entre os quais: “Guerra ao contrabando – depoimento de um sobrevivente”, “Pantanal, estado das águas”, “Por que mataram o doutor Ari”, “Sangue de herói – vida agitada e morte trágica de Amando de Oliveira” e “História da fundação de Mato Grosso do Sul”.

CILENE ALVES FERREIRA DE QUEIROZ (associada correspondente) – Três-lagoense, é graduada em Ciências Biológicas e tem mestrado em Agronomia. Além de escritora, é artista plástica e contadora de histórias. Possui diversos livros publicados, entre eles: “Lembranças”, “Filhos de um destino”,“Transformar para evoluir”, “Sala das flores” e “Águia solidária”. Participa de várias instituições culturais em Mato Grosso do Sul: Academia Feminina de Letras e Artes do MS (AFLMS), Academia de Letras do Brasil (ALB/MS), União Brasileira de Escritores (UBE/MS) e Apala Virtual.

* Marília Leite é jornalista, associada efetiva do IHGMS.

 

 

 

Os novos associados Rachid Waqued, Sergio Cruz e Cilene Queiroz durante cerimônia de diplomação  no dia 23 de novembro e, nas fotos maiores, com  Madalena Greco e Américo Calheiros (respectivamente, presidente e vice-presidente do IHGMS) e com grupo de filiados. (Fotos: Cilene Queiroz - Arquivo IHGMS; as demais - Rachid Waqued)

A mágica da foto lambe-lambe

 

 

 

Lançado no dia primeiro de novembro, o curta-metragem “A mágica da foto lambe-lambe”, dirigido pela cineasta Marinete Pinheiro e pelo fotógrafo Rachid Waqued (associados do IHGMS), teve exibição especial na cerimônia de posse dos novos integrantes do quadro de filiados do Instituto.

Os lambe-lambe, surgiram nas cidades no início do século XX. Eram fotógrafos ambulantes que utilizavam uma máquina com o laboratório acoplado, o que lhes permitia revelar instantaneamente as fotografias tiradas nos jardins e praças. O apelido (não aceito por muitos) deve-se ao gesto de, no processo, eles lamberem a placa de vidro para identificar o lado da emulsão ou passar a língua sobre a chapa para fixá-la. Tiveram maior prosperidade entre as décadas de 1920 e 1950, mas, em decorrência das transformações urbanas e do maior acesso à fotografia, no início dos anos 1970 já eram considerados figuras raras e folclóricas. Em 2011 na Praça Ary Coelho de Campo Grande só existiam dois remanescentes que desapareceram com a chegada da pandemia.

Esse documentário, segundo seus diretores, busca lançar luz sobre a construção da memória a partir de acervos físicos, como a caixa de “fotinhas da praça” e recuperar seu caráter documental e educativo para refletir sobre o avanço das tecnologias e o quão importante os lambe-lambe foram para a sociedade.

 

Nas imagens, making of do documentário (foto Eduardo Medeiros) e os diretores Rachid Waqued e Marinete Pinheiro com o fotógrafo Luiz (foto: divulgação).

 

 

Comenda Maria da Glória Sá Rosa

 

Foto: Elis Regina

 

 

Homenageando a memória da grande pioneira da cultura e artes em Mato Grosso do Sul, a Comenda Maria da Glória Sá Rosa foi instituída pelo Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico (CMPPH) com a proposta de premiar anualmente uma pessoa jurídica e uma física. As primeiras medalhas foram entregues em 2022 à UCDB e à professora Maria de Lourdes Maciel. Neste ano receberão a condecoração o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul e a jornalista Marília Leite em cerimônia marcada para a próxima terça-feira, 12 de dezembro, às 17 horas no auditório do IHGMS (avenida Calógeras, 3000 - Esplanada Ferroviária).

Professora Glorinha, como era conhecida, ajudou a formar gerações de lideranças em diversos setores da vida de MS e é lembrada com carinho por ex-alunos e todos que com ela interagiram. A seguir, um pouco de sua trajetória em texto atualizado de Idara Duncan, associada emérita do IHGMS e que com ela desfrutou de longa convivência.

 

Ícone da Educação e da Cultura em MS

Maria da Glória Sá Rosa nasceu em Mombaça, Ceará, no dia 4 de novembro de 1927. Filha de Tertuliano Vieira e Sá e de Cleonice Chaves e Sá, veio ainda criança para Campo Grande onde passou a residir a partir de 1939. Foi casada com o engenheiro José Ferreira Rosa e teve quatro filhos: José Carlos, José Boaventura, Luiz Fernando e Eva Regina. Graduou-se em Línguas Neolatinas na PUC do Rio de Janeiro. Participou, em 1961, da fundação e instalação dos primeiros cursos superiores de Campo Grande, na Faculdade Dom Aquino de Filosofia Ciências e Letras de Campo Grande (instituição que deu origem à atual UCDB), onde lecionou durante 18 anos. Ali criou o Teatro Universitário Campo-grandense (TUC), a revista Estudos Universitários e promoveu inúmeros cursos junto ao departamento de Letras. Coordenou diversos festivais de teatro e música em Campo Grande e produziu os programas Intercomunicação na TV Morena e Mensagem ao Mundo Feminino na Rádio Educação Rural. Em 1967 começou a trabalhar na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul onde chefiou vários de seus organismos culturais, promovendo exposições de artes plásticas, ciclos de conferências, concursos literários e o projeto Prata da Casa responsável pela edição do disco de mesmo nome. Em parceria com Albana Xavier Nogueira produziu a coleção didática Cultura, Literatura e Língua Nacional (1976) em três volumes, que foi adotada em todo o país. Escreveu ainda as obras: Memória da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul (1990); Memória da Arte em Mato Grosso do Sul (1993 – em parceria com Idara Duncan e Maria Adélia Menegazzo); Deus quer, o homem sonha, a cidade nasce (1999); participou do livro Campo Grande: cem anos de construção (1999), com os capítulos sobre música e teatro; Crônicas de fim de século (2001); Contos de hoje e sempre: tecendo palavras (2002); Artes Plásticas em Mato Grosso do Sul (2005 – em parceria com Idara Duncan e Yara Penteado) e Cultura e Arte em Mato Grosso do Sul, com os capítulos sobre literatura, música e teatro (2006); A Música de Mato Grosso do Sul (2009) em parceria com Idara Duncan; e A crônica dos quatro (2014) em parceria com Abílio Leite de Barros, Maria Adélia Menegazzo e Theresa Hilcar. Publicou centenas de artigos e fez inúmeras conferências sobre Educação e Cultura em todo o Estado, prefácios para autores de MS e apresentação de catálogos. Foi presidente da Fundação de Cultura de MS e do Conselho Estadual de Cultura onde atuou durante 20 anos. Fundou a Aliança Francesa e o Cine Clube de Campo Grande. Integrou a Academia Sul-mato-grossense de Letras, a Associação Brasileira de Críticos de Arte e o Instituto Histórico e Geográfico de MS. Faleceu em 28 de julho de 2016 aos 88 anos de idade. Seu acervo, vinculado ao curso de Letras da Universidade Estadual de MS, pode ser consultado presencialmente ou acessado virtualmente. Entre as homenagens após sua perda cita-se a da Escola de Samba Deixa Falar que, em 2019, trouxe em seu desfile a vida e obra da professora; e o livro “A Glória desta Morena” (2020) organizado por Sylvia Cesco com textos inéditos da homenageada e participação de 28 autores convidados.

 

Autor: Marília Leite

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