Efemérides

30/09/1948

Guia Lopes da Laguna é elevado à categoria de distrito.

30.09.1948. Guia Lopes da Laguna é elevado à categoria de distrito.

 

Município de Guia Lopes da Laguna

O atual município de Guia Lopes da Laguna, localizado na porção sudoeste de Mato Grosso do Sul, tem as seguintes datas de suas elevações político-administrativas:

12.02.1938: após a construção da Ponte Velha que liga Guia Lopes da Laguna a Jardim, na sede da fazenda de José Francisco Lopes (último filho do Guia que se encontrava vivo), fazendeiros e trabalhadores resolveram fundar um povoado, o qual foi batizado pelo nome de Patrimônio de Guia Lopes.

30.09.1948: O povoado de Guia Lopes da Laguna foi elevado a distrito pela lei n. 140, de 30.09.1948.

11.12.1953, através da lei n. 678, tem a elevação à categoria de município.

19 de março: data em que se comemora o aniversário da cidade.

 

De 1938, deu-se ao novo povoado a denominação de patrimônio Guia Lopes, em homenagem a José Francisco Lopes.

 

Histórico. Conforme publicação do IBGE, em 1958, a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, que for planejada e orientada por Jurandyr Pires Ferreira, apresenta um esboço histórico do município de Guia Lopes da Laguna, quando da época, portanto de Mato Grosso uno.

Deve-se observar que foram mantidas a ortografia e as regras gramaticais da época da publicação da referida Enciclopédia (1958), ou seja, aquelas oriundas da reforma da língua portuguesa de 1943 e que ficaram vigendo até 1971.

No século XVI, os castelhanos sediados no Paraguai exploraram tôda a atual região Sul de Mato Grosso, inclusive a área que hoje constitui o município de Guia Lopes da Laguna. Após a conquista da região pelos bandeirantes paulistas e seu conseqüente aposseamento pelos brasileiros, foi, em 1778, fundado o Presídio de Miranda, à margem do rio daquele nome, estabelecimento êsse que foi a baliza, não só das providências administrativas da época, como também das explorações e do povoamento da sua circunvizinhança.

As referências históricas indicam-nos José Francisco Lopes – o Guia Lopes – como o primeiro morador do município, ali se estabelecendo por volta de 1848, depois de haver acompanhado o seu irmão Joaquim Francisco Lopes nas explorações em procura de uma rota fluvial entre o Paraná ao Sul de Mato Grosso, o que culminou com a descoberta e abertura do varadouro, ligando os rios Brilhante e Nioaque, em 1847, ficando aquêle varadouro, como a via de acesso entre as bacias do Paraná e do Paraguai.

Seguindo os Lopes, também os Barbosas, que já possuíam várias fazendas no planalto de Maracaju, desceram a serra e vieram estabelecer-se na área dêsse município.

No período da Guerra com o Paraguai, o seu território foi também coberto pelos invasores, sob o comando de Urbieta e, mais tarde, pela expedição Camisão, na sua vitoriosa marcha até Laguna e, depois, na sua épica retirada até as margens do Aquidauana, passando por Nioaque.

Por ocasião da construção da rodovia ligando Aquidauana a Pôrto Murtinho e a Bela Vista, a cargo da CER-3, do Ministério da Guerra, acampou-se à margem direita do rio Miranda, em terras da fazenda Jardim, em princípios de 1937, a 1.ª Cia. do 4.º Batalhão de Sapadores, sob o comando do então capitão Teodorico de Farias.

Juntaram-se àqueles sapadores, como os primeiros moradores definitivos, transformando o acampamento em povoação, as seguintes pessoas: José Francisco Lopes – filho do Guia da retirada da Laguna, Jaime Artigas, Basílio Barbosa, Aurélio Rodrigues de Sousa, Ozias de Sousa Santos e Osvaldo Fernandes Monteiro, sendo que os dois últimos estabeleceram-se com as duas primeiras casas de comércio do povoado.

A união e os esforços dos primeiros habitantes da localidade imprimiram um ritmo especial no progresso daquele núcleo, que, no primeiro ano de origem, contava já com 4 casas de comércio e uma escola pública. Empolgados com êsse desenvolvimento, o capitão Frederico de Farias e o fazendeiro Fábio Martins Barbosa, proprietário de Jardim, em entendimento com os principais moradores, resolveram fundar a povoação, com o nome de Patrimônio Guia Lopes, em homenagem ao bravo José Francisco Lopes – o Guia Lopes – cujo túmulo se encontra a 3 quilômetros daquela localidade, o que se deu a 19 de março de 1938.

Naquela ocasião, ficou resolvido que o aludido Patrimônio seria transferido às autoridades civis de Nioaque, para o que foram as mesmas convidadas, dando-se essa transferência, em solenidade realizada a 5 de junho do mesmo ano, de cujo ato lavrou-se a ata seguinte:

“Ata da Reunião para a transferência do Patrimônio Guia Lopes, as autoridades civis do município de Nioaque. Aos cinco dias do mês de junho de mil novecentos e trinta e oito, em o salão do prédio da Escola Pública deste Patrimônio, aí presentes os senhores José Francisco Lopes, Capitão Teodorico de Farias, DD. Comandante da Primeira Cia. do Quarto B. S. aqui acantonado, Tenente Afonso de Menezes Dippe, Sargentos João do Prado e Silva, Luiz Fioravante, Odilon de Queiroz e José Antônio de Bulhões, todos da mesma Cia., as autoridades civis de Nioaque snr. Antônio de Oliveira Flores – DD. Prefeito Municipal, Alziro Lopes Costa – Juiz em exercício, Tenente Gumercindo Cavalheiro – Delegado de Policia, João Siqueira – Promotor de Justiça, Policiano Costa Lima – Coletor das Rendas do Estado, Helvecio Brandão – Delegado Militar, e muitas pessoas gradas de Nioaque e do patrimônio, as quais em grande reunião solenizava este grande feito de patriotismo e gesto de civismo pelo senhor Tenente Afonso de Menezes Dippe, foi dado a palavra ao Dr. Cinésio Chavasco, para que este expusesse os fins da presente reunião. Em rápidas palavras, o orador indicado exclarecendo os fins da reunião, dissertou sobre a óbra de patriotismo dos dígnos militares plantando mais um marco de esperança, sobre o qual desfralda o nosso glorioso pendão nacional, que servirá de estímulo às gerações vindouras; o orador, dando conta dos trabalhos feitos para a fundação deste grande melhoramento, ao qual foi dado o nome do Imortal Guia Lopes, passava neste momento a direção do patrimônio ao Dígno Prefeito Municipal de Nioaque. Fazendo esta entrega, os fundadores do patrimônio confiantes na integridade do Dígno Prefeito, estão certos que SS. com verdadeiro espírito de brasilidade tudo pensa fazer pelo engrandecimento deste povoado e por este povo. Em seguida, o Senhor Antônio de Oliveira Flores, DD. Prefeito Municipal, em bréves palavras agradeceu aos dignos militares a óbra patriótica, dizendo que: ‘com a máxima satisfação recebia a honrosa encumbência que óra lhe era feita, garantindo em seu nome e do povo nioaquense que na sua gestão, tudo faria para a continuidade do progrésso deste novo povoado, o qual ele reputava dígno não só pelo seu todo, porém mais ainda, por prestar uma justa homenagem ao imortal sertanejo e guia da retirada da Laguna’”.

 

Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a presente reunião com vivas ao Exmo. Snr.

Presidente da República Dr. Getulio Vargas, Exmo. Snr. Interventor Federal Dr. Julio Müller, ao Glorioso Exército Nacional, ao velho José Francisco Lopes e a todas as autoridades presentes. Patrimônio Guia Lopes, 5 de junho de 1938, (Ass) José Francisco Lopes, (filho do Guia Lopes), Teodorico de Farias, Capitão – Afonso de Menezes Dippe, 2.º Tenente – Antônio de Oliveira Flores, Prefeito – Alziro Lopes da Costa, 1.º Juiz de Paz – Tenente Gumercindo Cavalheiro, Delegado de Policia – Luiz Fioravante, Sargento – Odilon de Queiroz, Sargento – José Antônio de Bulhões, Sargento – Helvecio Brandão, Delegado Militar – Policiano da Costa Lima, Coletor – Sebastião David de Medeiros, 1.º Tabelião – João Siqueira, Promotor de Justiça – Hercilio Vieira de Moura, Escrivão da Coletoria – Osvaldo F. Monteiro, Bazilio Barbosa, Macário Aristimunha, Vicente Urbano Leite, Dinarte Pinheiro, Irineu Vieira de Sousa, Alfredo de Ávila da Silva, Florencio da Costa Lima, Cristovam Felix de Almeida, Paulo Leme Nogueira, Justino Lopes, Argemiro Ávila da Silva, e Sinésio Chavasco”.

 

Extratos da história da cidade de Guia Lopes da Laguna

Um dos pioneiros na região foi José Francisco Lopes que transferiu residência com Dona Senhorinha Maria Conceição Barbosa Lopes para a Fazenda Jardim, onde nasceram seus seis filhos (local situado na Rodovia Guia Lopes – Bonito que hoje pertence ao Senhor Joelcio Padilha e família).

Ao eclodir a Guerra em 1864 José Francisco Lopes, profundo conhecedor da região, alistou-se como voluntário no exército brasileiro para guiar as tropas ao Paraguai, com o objetivo de libertar famílias levadas como prisioneiras pelo exército inimigo, dando início à marcha da Retirada da Laguna.

Marcada pela fome, cansaço e doenças a marcha perdurou 35 dias e aproximadamente mil soldados brasileiros morreram fustigados pelos paraguaios ou de cólera. A atuação do Guia Lopes (como era conhecido) foi decisiva para evitar uma tragédia ainda maior.

Vítima da doença, Guia Lopes faleceu a poucos dias da travessia do rio Miranda, que era o último obstáculo antes do objetivo final.

Aos 12 dias de fevereiro de 1938, após a construção da Ponte Velha que liga Guia Lopes da Laguna a Jardim, na sede da fazenda de José Francisco Lopes (último filho do Guia que se encontrava vivo), fazendeiros e trabalhadores resolveram fundar um povoado, o qual foi batizado pelo nome de Patrimônio de Guia Lopes.

A data de 19 de março (dia de São José) fora escolhida para homenagear o patrono Guia Lopes. Seu filho José Francisco Lopes do Guia foi doador das terras para a fundação do perímetro urbano do Patrimônio.

Fontes:

FERREIRA, Jurandyr Pires (Planejada e orientada). Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1958. XXXV Volume.

A CIDADE DE GUIA LOPES DA LAGUNA E SUA HISTÓRIA. Disponível em: <www.guialopesdalaguna.ms.gov.br>. Acesso em: 03 Mar. 2020. Com alterações.

Autor: IHGMS

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