Efemérides

11/12/1953

Elevação do distrito de Terenos à categoria de município

Município de Terenos – MS

Elevação do distrito de Terenos à categoria de município.

21.09.1929: O povoado de Terenos foi elevado a distrito pela lei n. 1.021, de 21.09.1929.

11.12.1953: Data em que o distrito de Terenos foi elevado á categoria de município criado pela lei n. 674, de 11.12.1953.

08 de maio: data em que é comemorado o aniversário da cidade.

Etimologia: Origem do nome Terenos: nação indígena, pertencente à grande família linguística aruaco, que outrora ocupou grande parte da região onde hoje é o estado de Mato Grosso do Sul.

Enciclopédia do IBGE. Conforme publicação do IBGE, em 1958, a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, que foi planejada e orientada por Jurandyr Pires Ferreira, apresenta um esboço histórico do município de Terenos, quando da época de Mato Grosso uno.

Deve-se observar que foram mantidas a ortografia e as regras gramaticais da época da publicação da referida Enciclopédia (1958), ou seja, aquelas oriundas da reforma da língua portuguesa de 1943 e que vigoraram até 1971.

HISTÓRICO. A denominação do município provém da estação ferroviária de Terenos, cujo nome se relaciona com o da tribo indígena “Terenos” que, até o século XIX, tinha o domínio de grande parte da região, atravessada pelas linhas da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que, a 6 de setembro de 1914, inaugurou aquela estação ferroviária e telegráfica, sem prever ainda que ali seria a sede de um importante e próspero município. O Govêrno Estadual, em contrato lavrado a 15 de julho de 1920, concedeu à Sociedade Territorial Sul Brasileira – H. Hacker & Cia., emprêsa alemã, uma área de terras nessa região, para introduzir e localizar imigrantes. O Decreto n. 532, de 28 de outubro de 1920, reservou, a requerimento de H. Hacker & Cia., para estabelecimento de núcleos coloniais, tôdas as terras devolutas que existissem ao norte da faixa marginal da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a partir do quilômetro 918 e entre limites que a lei descreve. A fim de dar cumprimento ao contrato, H. Hacker & Cia. mandou demarcar lotes para colonização, na zona próxima à estação ferroviária de Terenos, para cujo local chegou a encaminhar duas famílias européias, das quais, apenas uma se fixou na localidade (a do austríaco Gustavo Pelz, em companhia de seus pais, espôsa e 3 filhos menores, procedentes do estado do Paraná, em 1920). Gustavo Pelz é hoje tronco de numerosa família que muito contribui para o desenvolvimento econômico da comuna.

Naturalmente, por falta de cumprimento às cláusulas contratuais, o Decreto n. 659, de 27 de fevereiro de 1924, declarou sem efeito o contrato lavrado a 15 de julho de 1920, prescrevendo assim a concessão à Sociedade Territorial Sul Brasileira – H. Hacker & Cia., sendo, ato contínuo, criada em convênio com a municipalidade de Campo Grande a Colônia Agrícola de Terenos, que foi instalada a 8 de maio de 1924, quando, então Presidente do Estado o Coronel Pedro Celestino Corrêa da Costa. Completado o loteamento das terras até a linha de limite com a fazenda da viúva D. Ana Lemos, foi reservado para o Patrimônio de Terenos o lote número 1, onde se achava a estação ferroviária.

O Decreto n. 170, de 8 de junho de 1932, determina que a colonização de Terenos fique sob a administração e custeio da municipalidade de Campo Grande, por intermédio da qual se deverão requerer à Diretoria de Terras os lotes da área para êsse fim reservada. O Decreto n. 343, de 12 de março de 1934, manda expedir, em nome do município de Campo Grande, o título de propriedade da área reservada para a Colônia de Terenos, e determina que o município expedirá gratuitamente os títulos de domínio aos colonos, observando os artigos 57 e 68 do Decreto número 885, de 1929. A Colônia de Terenos e as primeiras famílias pioneiras. Essa Colônia tinha a finalidade de localizar nos seus respectivos lotes as famílias dos agricultores que ali labutavam, as quais recebiam uma casa de madeira coberta de telha, ferramentas agrícolas e auxílio de manutenção por dois anos. O então Intendente-Geral de Campo Grande, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo, dispensou todo o carinho necessário à organização e progresso daquele núcleo, nomeando seu Diretor o dedicado cidadão Valentim Nunes da Cunha. Devido à excelente qualidade das suas terras e ao real interêsse dos seus dirigentes, progrediu de tal modo que, ao encerrar o ano de 1926, quando vencia o prazo do auxílio estipulado pelo Govêrno Estadual, essa Colônia já apresentava uma população de 454 pessoas, sendo 97 famílias e 17 agregados, e uma área cultivada de 381 hectares, contando, ainda, com 1 trator, 17 veículos a tração animal, 35 arados e farto material de trabalho agrícola, convindo frisar que a grande maioria dos colonos era de origem européia, assim distribuídos: 44 famílias alemãs, 21 brasileiras, 7 búlgaras, 5 polacas, 5 húngaras, 3 espanholas, 3 portuguêsas, duas austríacas, duas russas, duas paraguaias, uma japonêsa, uma síria e uma lituana. Primeiro comerciante de Terenos. João Zambelli, primeiro comerciante estabelecido no Patrimônio, com recursos para abastecer os colonos, foi o proprietário da primeira casa de alvenaria, construída próximo à estação, sendo, por êsse feito, premiado com a oferta de um quarteirão com área de 10.000 m2, assumindo, nessa ocasião, o compromisso de efetuar no mesmo, outras construções que viessem embelezar o povoado nascente.

O primeiro juiz de Terenos. A Lei n. 1.021, de 21 de setembro de 1929, criou, no município de Campo Grande, o distrito de paz de Terenos que, instalado a 1.º de janeiro de 1930, teve como primeiro juiz Joaquim de Figueiredo e como escrivão de paz Bernardo Priester. Outras autoridades, nomeadas nessa época, foram: Antônio Valadares para subdelegado de polícia; Francisco Martelli para agente fiscal municipal e D. Emília Cesco, para agente do correio, continuando, como professora estadual, a Sra. Judith Nunes da Silva e a agência da estação ferroviária da NOB confiada a Pedro Cesco, que muito cooperou para o progresso da localidade.

Nova área, ligada à anterior, foi loteada pela Prefeitura de Campo Grande, recebendo a denominação de Colônia Nova. Também na região do Salobra*, próximo da sede distrital, elementos japonêses organizaram a colônia de Salobra, onde foram localizadas 18 famílias nipônicas que se dedicaram à cultura de cereais e café. Dêsse modo, foi se desenvolvendo admiràvelmente o distrito ele Terenos, salientando-se dentre seus inúmeros e grandes colaboradores os nomes de Arnaldo Estevão de Figueiredo, Valentim Nunes da Cunha, João Zambelli e Izac Cardoso, além de muitos outros.

O município deve sua criação à Lei estadual n. 674, de 11 de dezembro de 1953, com as retificações constantes da Lei estadual n. 370, de 31 de julho de 1954, e da Resolução de 19 de agôsto do mesmo ano, do Presidente da Assembléia Legislativa do Estado, no que diz respeito aos seus limites, constituindo-se de um único distrito – o de Terenos – tendo por sede a vila de igual nome, elevada à categoria de cidade. O primeiro Prefeito Municipal de Terenos. A nova comuna foi solenemente instalada no dia 10 de janeiro de 1954, sob a presidência do juiz de paz em exercício, Sr. João Batista Pereira da Rosa, sendo essa instalação ratificada a 23 de janeiro de 1954, em solenidade realizada no edifício das Escolas Reunidas de Terenos, presidida pelo Dr. Vicente João Maurano, juiz de direito da 2.ª Vara da comarca de Campo Grande, que, em presença de numerosa assistência, tomou o compromisso do Sr. João Batista Pereira da Rosa, que assim veio a ser o primeiro Prefeito Municipal. Primeiros vereadores de Terenos. A 31 de janeiro de 1955 instalou-se a Câmara Municipal, formada pelos vereadores: Valentim Nunes da Cunha, Elvira Martins de Oliveira, Ciro Bitencourt, Adolfo Zampiéri e Peribiano Godói, que, sob a presidência do primeiro, deu posse ao novo prefeito Guilherme Evangelista, e ao subprefeito José Ribas, todos eleitos a 3 de outubro de 1954.

* A região do Salobra refere-se à bacia hidrográfica do ribeirão Salobra, que é afluente, pela margem esquerda, do rio Aquidauana, no atual município de Terenos, e pertence à bacia do rio Paraguai. Está cartografado em duas Cartas Topográficas, ambas da Diretoria do Serviço Geográfico, do Ministério do Exército, com as seguintes especificações: Carta Campo Grande: MI 2551 e código de localização SF.21-X-B-II; Carta Palmeiras, MI 2550 e código de localização SF.21-X-B-I.

Fontes:

CAMPESTRINI, Hildebrando et al. Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS: IHGMS, 2014.

FERREIRA, Jurandyr Pires (planejada e orientada). Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1958, Vol. XXXV.

TIBIRIÇÁ, Luiz Caldas. Dicionário de topônimos brasileiros de origem tupi. Significado dos nomes geográficos de origem tupi. São Paulo: Traço Editora, 1985.

Autor: IHGMS

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