Qual relação entre o rio Salobra e a guerra da Tríplice Aliança? No atual município de Bodoquena existe o rio Salobra, afluente, pela margem esquerda, do rio Miranda. Suas nascentes se localizam na serra da Bodoquena; parte de seu alto curso é limite entre os municípios de Miranda e Bodoquena; sua foz se localiza no município de Miranda.
História. Vários episódios foram registrados durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), envolvendo soldados brasileiros e paraguaios. Desses tantos episódios, na foz do Salobra refugiaram-se numerosos moradores de Miranda, em face da invasão das tropas paraguaias nos primeiros dias de 1865, sendo libertado pelo exército brasileiro em 16/08/69 e reconduzido para Cuiabá. Entre aqueles estava frei Mariano de Bagnaia, que logo depois seria feito prisioneiro e levado para a República do Paraguai. Em 2018, o IHGMS publicou o livro Memórias da Grande Guerra, organizado por Valmir Batista Corrêa e Lúcia Salsa Corrêa com três depoimentos referentes à guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), sendo um deles exatamente do frei Mariano, cujo livro está à disposição dos interessados na sede do IHGMS. Fonte: CAMPESTRINI, Hildebrando et al. Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS: IHGMS, 2014.
Biografia. Ainda sobre Frei Mariano, vale o registro de uma breve nota biográfica, efetuada por Frei Alfredo Sgarzerla (1938-2019):
Frei Mariano nasceu em 19 de janeiro de 1820 em Bagnaia na Província de Viterbo, Itália. No batismo recebe o nome de Saturnino Colonna. Professou no Convento de Rietti na Província Romana no dia 14 de março de 1839. Logo em seguida foi designado para o Convento de Vivel. No capítulo provincial de 1839 começa os estudos filosóficos no convento de Valletri e conclui em Genin.
Em 17 de outubro de 1846 veio sua indicação de missionário no Brasil, aonde chega no dia 04 de março de 1847. Dois meses depois é designado a trabalhar na missão do Mato Grosso. Por três anos atua na região de Cuiabá, especialmente em Diamantino e Brotas e em dezembro é enviado para Albuquerque junto aos índios Terena, Quiniquinau e Guaicuru.
Em 12/1869 toma posse na forania de Miranda como representante do bispo no Baixo Paraguai. Em seguida (24/01/1870) vigário em Corumbá onde permanece até 1886. No dia 25 de maio de 1870 lança a pedra fundamental da nova matriz que será concluída em 24 de outubro de 1877. Em 24 de novembro de 1884 começa a igreja do Ladário. Por conflitos de religião em março de 1886, despede-se de Corumbá e vai para o Rio de Janeiro.
Pelos superiores é designado em 20 de junho de 1887 vai para São Paulo para organizar a Catequese naquela Província. Em 7 de maio de 1888 chega em Campos Novos. Em 21 de junho 1888, já sem controle mental tenta suicidar-se em São Pedro do Turvo. Levado a Campos Novos falece em 9 de agosto de 1888.