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Quais os detalhes verificados por Ricardo Franco quando efetuou o reconhecimento do rio Paraguai, em 1786?

Quais os detalhes verificados por Ricardo Franco quando efetuou o reconhecimento do rio Paraguai, em 1786?

Reconhecimento do rio Paraguai. Evidente que antes de Ricardo Franco ter efetuado o reconhecimento oficial do rio Paraguai, diversos exploradores, sobretudo a mando da coroa espanhola, foram de montante a jusante e vice-versa pelas águas do caudaloso rio. O documento oficial de Ricardo Franco, Diário da diligência do reconhecimento do Paraguai, desde o lugar do marco do Jauru, até abaixo do presídio de Nova Coimbra; que compreende a configuração das lagoas Gaíba, Uberaba e Mandioré, e das serras do Paraguai, e igualmente o reconhecimento dop rio Cuiabá até a Vila deste nome, e dela por São Pedro d’el-Rei até Vila Bela. Ano de 1786, segundo Raul Silveira de Mello, foi

(...) o primeiro levantamento completo que se fez daquele trecho do rio e dos mais itinerários percorridos pelos três expedicionários nessa diligência [três expedicionários: além de Ricardo Franco, Francisco José de Lacerda e Almeida e Antônio Pires da Silva Pontes]. Sobre ser um trabalho minucioso, foi também penosíssimo, realizado de 30 de abril a 21 de novembro [de 1786], durante seis meses de friagens e chuvas, e de grande inundação do rio, com a circunstância de que as chuvas, de ordinário, só começam naquela região em outubro e as alagações, em dezembro. (...) Pelos fins de maio e a maior parte de junho, afrontando névoa e frio, levantaram a região de lagoas, uma a uma, desde Uberaba aos Tamengos, incluindo nesse trabalho a morraria adjacente. A 26 de junho chegaram a Corumbá. Em seguida, subiram o canal dos Tamengos até a lagoa de Cáceres [Bolívia], voltaram a Corumbá e, no dia 4 de julho, prosseguiram rio abaixo. Passaram Ladário, ponta do Rabicho, foz do Mondego [rio Miranda], morro de Albuquerque etc. e, a 9, chegaram ao presídio de Coimbra. (...) desceram umas dez léguas, até ao que então chamavam rio Negro, na margem direita e entraram por ele doze léguas. Verificaram, porém, que não se tratava simplesmente de um rio, mas de uma vasta baía, de seis léguas de comprimento por uma de largura, ligada ao Paraguai. Batizaram-na Baía Negra, em atenção ao nome Negro que dera ao suposto rio, uns dez antes, o capitão Miguel José Rodrigues, ex-comandante do presídio de Coimbra. Com chuva, frio e inundação, prosseguiram dos fundos da Baía Negra para o norte, até um morro isolado, e dali, através de campos inundados,, deixando para leste o presídio de Coimbra, foram sair de novo no rio, após 12 ½ léguas de difícil navegação, a 17 de julho, perto do morro de Albuquerque. A 18, continuaram rio acima, atravessando campos inundados nas encostas da morraria e retomaram o rio em frente à boca do Paraguai-Mirim. No dia 19, cortando ainda campos alagados, navegaram pela margem oeste do rio, indo sair abaixo de Corumbá (...)

Desfazendo equívocos.

Foi nessa travessia, pela margem oeste do rio, desde Baía Negra, que Ricardo Franco chegou a verificar a inconsistência de versão divulgada pelo velho prático, que os acompanhava, José Martins Claro, segundo a qual, do lado ocidental da morraria Albuquerque-Corumbá, corria outro grande rio, ligando Uberaba e as mais lagoas com Baía Negra. Ficou assim desfeita essa inexatidão que vinha, aliás, desde a fundação de Cuiabá, ao tempo em que se praticava a navegação pelo furo do Paraguai-Mirim com o fim de encurtar o itinerário São Paulo-Cuiabá e vice-versa. De Corumbá desceram novamente o rio e, a 27 de julho, entraram pelo Paraguai-Mirim, cuja navegação se achava intrincadíssima por causa da inundação. A chuva e a friagem eram intensas. Além do mais, os práticos perderam-se no canal e foi necessário mandar pedir outros em Corumbá, que por sua vez, não lograram melhor sorte. (...) A 1º de setembro chegaram à vila de Cuiabá (...) Termina Ricardo Franco, e a única assinatura que encerra o diário, mas sem data, é: Ricardo Franco de Almeida Serra, Capitão Engenheiro e comandante desta expedição.

Outra versão de reconhecimento do rio Paraguai. Ideia do Grande Rio Paraguai e informações sobre elle, pello Cap.m Ricardo Franco de Almeida Serra. É outra versão do reconhecimento do rio, datada de 25 de janeiro de 1787.

Fonte:

MELLO, Raul Silveira de. Um homem do dever. Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra 2. ed. Campo Grande, MS: IHGMS, 2014. p. 50-2. Obras Completas de Raul Silveira de Mello, Volume V.



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