Quais as citações históricas referentes ao Morro do Conselho?
Morro do Conselho. Localização. O morro do Conselho (este de n. 2) localiza-se ao sul do município de Corumbá, com altitude máxima de 381 metros. O morro do Conselho insere-se no pantanal Nabileque-Jacadigo, num trecho de planície, estando ao sudoeste dos morros da Puga, numa distância aproximada de 6 km.
Hidrografia. O morro do Conselho destaca-se na paisagem da planície pantaneira, numa área alagada, com muitos corixos, vazantes e baías, características hidrográficas do Pantanal. Em seu contexto geográfico destacam-se os seguintes elementos: a lagoa homônima, ao norte; baía do Camacho, ao sul; trecho do rio Paraguai que margeia a porção leste deste morro, tendo próximas as ilhas do Nabileque e das Gaivotas. Está cartografado na Carta Topográfica Forte de Coimbra.
História. Ricardo Franco, em expedição e reconhecimento do rio Paraguai, passou por Ladário, Rabicho, o furo do Paraguai-Mirim, as bocas do Taquari, o rio Negro, Mondego (atual rio Miranda), alcançando a 4 de julho de 1782 os morros de Albuquerque (de n.º 2), do Conselho e os da Puga. Daí, a 9 de julho, atingiu o presídio de Coimbra. (MELLO, 2014, Volume V, p. 33).
Manoel Cavassa, quando prisioneiro dos paraguaios, durante a guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), e na viagem para Assunção, pelo rio Paraguai, descreveu em seu Memorandum [datado de 22 de fevereiro de 1894, publicado pelo IHGMS, em 2018, organizado por Valmir Batista Corrêa e Lúcia Salsa Corrêa, com o título Memórias da Grande Guerra, constando de outros dois relatos]: “Sahimos d’ali [1º agosto de 1866] cerca de meio dia e ao chegarmos ao morro do Concelho, desabou sobre nós uma furiosa tormenta, levantando grandes vagas, que enchiam a chata de agua e molhavam-nos, pelo que choravam uns e gritavam outros...”.
Outra referência histórica baseia-se no relatório do engenheiro Federico Correa, da empresa argentina Fomento Argentino Sudamericano que, em 1910, determinou ao referido engenheiro a inspeção na região do morro do Conselho, com o objetivo de realizar reconhecimento das condições locais e estabelecer relações comerciais no então sul de Mato Grosso. A primeira impressão registrada pelo engenheiro Correa foi a seguinte:
De acuerdo con lo resuelto por ese honorable Directorio, procedí a organizar en ésta las comisiones de mensura con personal competente, tratando al mismo tiempo de recabar de los ingenieros señores Sirven Y Llanos, que me habían precedido en dicha operación, todos los datos e informes, tanto oficiales como técnicos y practicos sobre la región a estudiar con el fin de ir bien pertrechado para el mejor desenpeño de tan delicada comisión. (…) Poco antes de llegar al Morro Consello, se encuentra la boca, o mejor, bocas N. del Nabileque, que en las grandes bajantes descubren barras arenosas y pados de escasa profundidad. Em cambio, con llenas normales, se cree que seria navegable en muchas leguas, tanto al sur como al norte, y acaso, en todo su recorrido. Seria una exploración interesante que podria tal vez abrir por esa via una facil comunicación con el interior de este inmenso campo. (…) Nuevamente dos cerros aislados y proximos al río se yerguen sobre su margen derecha. El primero, llamado Consello, es bastante alto, cubierto de monte, y desciende en rápido talud hasta la misma orilla de aquél. (CORREA, Federico. p. 2/21).
Fontes:
CORREA, Federico. Mensura del Valle del Nabileque. Buenos Aires: Fomento Argentino Sudamericano, 1910.
CORRÊA, Valmir Batista; CORRÊA, Lúcia Salsa. (Org.). Memórias da Grande Guerra. Campo Grande, MS: IHGMS: 2018. Série Memórias Sul-Mato-Grossenses, Volume 35.
MELLO, Raul Silveira de. Um homem do dever. Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra 2. ed. Campo Grande, MS: IHGMS, 2014. Obras Completas de Raul Silveira de Mello, Volume V.