Personalidades

25/01/1917

JÂNIO DA SILVA QUADROS

JÂNIO DA SILVA QUADROS

 

(Campo Grande - MS, 25 de janeiro de 1917 / São Paulo - SP, 16 de fevereiro de 1992).

Filho do médico paranaense Gabriel Quadros e de Leonor da Silva Quadros, residiu até os 7 (sete) anos de idade em sua cidade natal. Mudou-se com a família para o Paraná, onde fez o ensino fundamental (época em que seu pai é eleito Deputado Estadual). Por força de pressões políticas sofridas pelo seu pai, mudou-se com a família para São Paulo, concluindo o ensino médio em São Paulo, e bacharelando-se, em seguida, pela Faculdade de Direito de São Paulo. Casou-se com Eloá do Vale. Candidato a vereador, em 1947, pelo Partido Democrata Cristão (PDC), figurou como suplente, logo assumindo vaga de titular (1948-1950). Foi eleito Deputado Estadual, em 1950, pelo mesmo partido, com a maior votação do Estado. Aos 36 anos de idade elegeu-se Prefeito de São Paulo (1953-1954), também pelo PDC, utilizando o lema “O tostão contra o milhão”. Desincompatibilizou-se em 1954, para concorrer ao governo do Estado de São Paulo, quando venceu poderosos líderes regionais como Adhemar de Barros e Prestes Maia, governando durante o período de 1955-1959. Em 1958, sem se afastar de suas funções, é eleito Deputado Federal pelo Estado do Paraná. Em 1960, concorreu pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN) à Presidência da República, apoiando o candidato da oposição a Vice-Presidente, João Goulart. Foi vencedor do pleito disputado com o Gen. Henrique Lott, e Adhemar de Barros, utilizando-se do lema “A vassoura contra a corrupção”. Eleita a dobradinha Jan-Jan, tornou-se o 1.º Presidente da República a tomar posse em Brasília (DF), aos 44 anos de idade, em 31 de janeiro de 1961, durante sessão do Congresso Nacional, presidida pelo Sen. Filinto Müller. No seu governo cria os ministérios da Indústria e Comércio, e o das Minas e Energia e, também, a Comissão Administrativa de Defesa Econômica (CADE) – vinculada ao Ministério da Justiça. Ainda no início do seu mandato decidiu pela criação de uma escola de Agronomia, e uma Faculdade de Filosofia em Campo Grande (sua cidade natal), bem como pela criação do Banco do Estado de Mato Grosso, e construção de uma refinaria de petróleo em Cuiabá. Estreita relações com os governos da República Popular da China, União Soviética, Bulgária, Hungria, Romênia, Iugoslávia, Albânia, Cuba, Gana, Senegal, Daomé e Nigéria. Instituiu uma série de medidas moralizadoras na sociedade, e no serviço público em particular. Desejando implementar uma reforma profunda no país, foi acusado por Carlos Lacerda (governador do Estado da Guanabara) de articular um golpe em apoio às reformas pretendidas. Ciente das acusações, renunciou ao mandato no dia 25 de agosto de 1961, afirmando a existência de “forças terríveis” (“forças ocultas”). Retira-se para Londres (Inglaterra), retornando, após, para concorrer pelo PTN, novamente, ao governo do Estado de São Paulo, em outubro de 1962, quando perdeu pela primeira vez as eleições, por pouco mais de 123.000 votos, para Laudo Natel. Com o advento do regime militar em 1964, tem os seus direitos políticos cassados no dia 10 de abril. Em 1968 foi determinado seu isolamento em Corumbá (MS), durante 120 dias, por fazer pronunciamentos políticos enquanto estava proibido de qualquer manifestação pública. Restabelecidos seus direitos, concorreu ao governo do Estado de São Paulo, em 1982, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), sofrendo nova derrota política, ficando em terceiro lugar; quando foi vencedor Franco Montoro, seguido de Reinaldo de Barros. Em 1985, concorreu à Prefeitura de São Paulo (SP), pelo PTB, superando seu principal adversário, o senador (e que viria a ser o então futuro Presidente da República) Fernando Henrique Cardoso – para administrar o município no quadriênio 1986-1989; seu último cargo público. Com sua saúde abalada, seu quadro geral foi agravado com a morte de sua esposa, em novembro de 1990. Faleceu em São Paulo (SP), no dia 16 de fevereiro de 1992. Deixou como filha única, Dirce Maria “Tutu” Quadros (Deputada Federal Constituinte, 1987-1991). Como autor ou coordenador escreveu: Gramática da língua portuguesa; Curso prático da língua portuguesa e sua literatura (6 volumes, 1966); História do povo brasileiro (coautoria com Afonso Arinos de Melo Franco - 6 volumes, 1967); Novo Dicionário Prático da língua portuguesa (coautoria com Ubiratan Rosa); Os dois mundos das três Américas (1972); Quinze contos (1984). É o patrono da cadeira n.º 35, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, cujo primeiro e atual titular é Carlos Eduardo Contar.

(CEC).

 

Fontes:

CASTRO, Viriato de. Fenômeno Jânio Quadros. 3. ed. São Paulo: José Viriato de Castro, 1959.

FERRAZ, José Prado. O que é Jânio Quadros. 2. ed., 1962.

FORMIGA, Marcone. Jânio: herói ou bandido? Brasília: Senado Federal, 1981.

GOMIERI, Onofre Valentim. Jânio Quadros: O insaciável do poder. São Paulo-Rio. 1960.

QUADROS, Jânio. 15 Contos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.

QUADROS, Jânio. Curso Prático da Língua Portuguesa. 6 vol. São Paulo: Formar, 1966.

QUADROS, Jânio. Novo Dicionário Prático da Língua Portuguesa. São Paulo: Rideel, 1976.

QUADROS, Jânio. Os dois mundos das três Américas. São Paulo: Martins, 1972.

QUADROS, Jânio; ARINOS, Afonso. História do Povo Brasileiro. 6 vol. São Paulo: Jânio Quadros, 1967.

QUADROS NETO, Jânio; GUALAZZI, Eduardo Lobo Botelho. Jânio Quadros: Memorial à história do Brasil. São Paulo: Rideel, 1996.

SILVA, Hélio. Jânio Quadro: 20.º Presidente do Brasil. São Paulo: Três, 1983.

SILVA, Hélio; CARNEIRO, Maria Cecília Ribas. A renúncia de Jânio. São Paulo: Três. 1998.

SILVA, Hélio. Jânio de fio a pavio. 2. ed. São Paulo: Edicon, 1996.

IAMASHIRO, José (ou YAMASHIRO, José). Jânio, vida e carreira política do presidente. São Paulo: Lima, 1961.

67 3384-1654 Av. Calógeras, 3000 - Centro, Campo Grande - MS, 79002-004 ┃ Das 7 às 11hs e das 13 às 17hs, de segunda à sexta-feira.

Site Desenvolvido por: