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Qual a importância da Fazenda Camapuã?

Qual a importância da Fazenda Camapuã?

História. Na região onde se assenta a cidade de Camapuã, localizava-se a sede da Fazenda Camapuã, próxima da foz do córrego Camapuã-Mirim, que hoje é denominado de ribeirão Camapuã.

Etimologia. O nome Camapuã, muito antigo, prende-se ao fato de existirem no lugar dois morros à maneira de seios de mulher. Na língua indígena: cama – seios; pu’ã – redondos, erguidos. (CAMPESTRINI, 2016, p. 34). Igualmente, Teodoro Sampaio (1987, verbete) explica que Camapuã origina-se do tupi, cama-poã, o peito arredondado; o peito saliente; no sentido geográfico, a colina arredondada; cômoro; a meia laranja.

Município de Camapuã . Criação do município de Camapuã: 30.09.1948. Camapuã, considerada a capital do bezerro de qualidade, foi elevada a distrito pelo decreto 272, de 19.05.1933 e o município criado pela lei 134, de 30.09.1948. 

Fazenda. Os monçoeiros começaram, a partir de 1717, a percorrer os rios do sul da capitania de Mato Grosso, vindo de São Paulo pelo rio Tietê, descendo o rio Paraná e entrando em afluentes de sua margem direita. Prevaleceu como rota o rio Pardo. Naquele ano, monçoeiros entraram pelo Pardo e seguiram o Anhanduí até o córrego Lagoinha, que foi seguido; transpondo o divisor das águas, acompanharam o rio Varadouro para alcançar o rio Cachoeirão e, por este e pelo Aquidauana, o Miranda, para chegar ao rio Paraguai. Subindo por este, entrando no então São Lourenço (ver) e navegando pelo rio Cuiabá, chegaram a um lugar de nome Forquilha, onde, naquele ano, encontraram ouro em abundância. Fundou-se aí o arraial com o mesmo nome, dois anos depois, dando origem à cidade de Cuiabá.

Rotas dos monçoeiros. Esta rota, chamada da Vacaria, foi logo abandonada. Preferiram os monçoeiros subir o Pardo, embora dificultoso, e, por terra (umas duas léguas e meia), atingir o ribeirão Camapuã e por ele o Coxim, levando-os ao Taquari e este ao Paraguai, seguindo, daí, a rota anterior. Esta rota chamou-se de Camapuã.

Irmãos pioneiros. Os irmãos Leme, pioneiros nestas viagens, escolheram, já em 1719, uma área na região de Camapuã, para fundar uma fazenda que servisse de entreposto aos monçoeiros, fornecendo-lhes principalmente alimentos, pois a viagem do Povoado (São Paulo) a Cuiabá demorava uns seis meses. E Camapuã ficava na metade do caminho. O pequeno núcleo cresceu e tornou-se importante apoio à navegação fluvial. Em 1826, já em início de decadência, como atesta Florence (p. 41), contava ainda com trezentos habitantes. Com a morte de seus donos, na década de 1840, a fazenda foi abandonada até pelos escravos e rapidamente transformou-se em ruínas.

Visita de Taunay. O então tenente Taunay visitou-as, em meados em 1867:

Rapidamente transpusemos as três léguas que separam o Sanguessuga das ruínas de Camapuã e, ao meio-dia, avistamos os restos, para assim dizer, imponentes daquela importante fazenda, sede outrora de muito movimento, de todo o que se dava por aqueles sertões. Ainda se vêem vestígios de grande casa de sobrado e de uma igreja não pequena; taperas rodeadas de matagais, no meio dos quais surgem laranjeiras e árvores frutíferas, que procuram resistir à invasão do mato e ainda ostentam frutos, como que atraindo o homem, cujo auxílio em vão esperam. (Viagens..., p. 48).

Fontes:

CAMPESTRINI, Hildebrando et al. Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS: IHGMS, 2014.

CAMPESTRINI, Hildebrando. História de Mato Grosso do Sul. 8. ed. Revista e ampliada. Campo Grande, MS: IHGMS, 2016.

SAMPAIO, Teodoro. O Tupi na geografia nacional. Introdução e notas de Frederico G. Edelweiss. 5. ed.  São Paulo: Editora Nacional; Brasília, DF: INL, 1987. [Edição comemorativa do cinquentenário de falecimento do Autor.]. [1901].

TAUNAY, Alfredo d’Escragnolle. Viagens de Outr’ora. 2. ed. São Paulo: Companhia Melhoramentos de São Paulo, 1921.



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